Pois é, a intenção era postar novos capítulos da fic a cada domingo, mas nessa ocasião, excepcionalmente, estarei postando hoje. Terei que ficar sem internet por tempo indeterminado então decidi colocar os capítulos o quanto antes, aproveitando a recente atualização da Liga Orlando. Espero que aproveitem a leitura!
-----------------------------------------------------------------------------------------------Lembranças
Capítulo 5 - Nove anos
Certo dia, a classe estava em uma excursão pela região de Hoenn. Tudo estava normal, até eu me separar dos outros. Admito estar um pouco distraido na ocasião, mas quem nunca esteve? Eu possuia um conhecimento geográfico excelente, portanto estava despreocupado com o acontecimento. Isto é, até reconhecer que realmente me perdi. Me vi no meio de uma floresta desconhecida, nunca registrada em um mapa. Que eu tivesse visto, pelo menos.
Sempre fui um bom aluno, capaz de ler e decorar textos em questão de segundos, buscar conhecimentos além dos ensinados por professores. E meu visual, não querendo me gabar, podia ser reconhecido até mesmo por Narciso.
Continuei calmo por um tempo, até, digamos, perder um pouco da compostura de aluno e agir como qualquer pessoa normal, pedindo socorro em um tom mais elevado e andando em passo mais acelerado para lugar nenhum.
Andava e andava sem parar pela floresta até encontrar um Absol no caminho. Seus olhos pareciam querer me dizer algo, mas eu os evitava, desviando meu olhar. No entanto, ele continuava insistindo, querendo entrar no meu campo de visão. Tal ato insolente me perturbou a ponto de me fazer perder a noção do perigo que me restava e arriscar a forçar minha passagem pela criatura.
Finalmente encarei-o diretamente, com seus olhos determinados, que, em questão de segundos, tornaram-se vazios, como se estivesse desapontado comigo. Enraivecido, peguei impulso e avancei à toda velocidade, como se minha derrota fosse custar minha vida. Ao me aproximar, fechei os olhos por um instante, e , ao abri-los novamente, o Pokémon havia desaparecido. Sem poder desacelerar, tropecei em uma pedra e fiz aquela cena conhecida por todos os amantes de desenhos animados: Voei por uns instantes, e dei algumas cambalhotas ao chegar no chão, e bati com o máximo de impacto e violência possível em um tronco de árvore.
Capítulo 6 - Depois
Assim que o sol nasceu, acalmei-me e decidi tomar providências. Acontece que os professores só ensinavam a sobreviver em uma jornada na teoria, sendo que a expedição em andamento era totalmente supervisionada por profissionais, dispensando qualquer item de sobrevivência dos alunos. De fato, confiando na suposta segurança e excelente supervisão, não levei nada.
Mesmo assim, achei um lugar para ficar, colhi algumas frutas e até achei uma fonte d'água potável. Se meus cálculos estivessem certos, era apenas uma questão de tempo até que alguém me achasse, afinal, eu só havia me distraído um pouco, não devia estar tão longe dos outros. No entanto, três dias se passaram, os alimentos foram acabando e não via nenhum sinal de humanos por perto. Sem escolha, resolvi adentrar-me na floresta.
Encontrei algumas espécies de Pokémon vivendo por lá e tentei me adaptar, compartilhando comida e dividindo espaço com eles. No entanto, os ingratos decidiram me rejeitar. Sim, eu, um humano, que os livrava daquela condição como selvagens e os deixava muito mais fortes. Insisti mais e mais em resolver aquilo civilizadamente, mas não quiseram saber, portanto, tive que lutar pelo meu território, sendo que cada área era ocupado por uma espécie Pokémon diferente. Curiosamente, todas eram bem fortes.
Capítulo 7 - Luta pela sobrevivência
Foram combates incríveis e memoráveis, merecedores de um destaque em algum livro de peripécias humanas, ou até mesmo um espaço no Jornal Pokémon: "Garoto de nove anos desafia a vida selvagem!"
Capítulo 8 - Um de nós
Perdão, creio ter esquecido de alguma coisa. Ah, sim, eu acabei saindo derrotado de todos os combates que participei. Com isso, fui definitivamente expulso daquela área da floresta. Descontente, faminto e fadigado, parei um momento para descansar sob a sombra de uma árvore. Por que não me aceitavam? Por que não se comportavam como Pokémons capturados? Como faria para sobreviver? Quando iam me resgatar?
Comecei a ver a situação por outro ângulo, cogitando várias possibilidades e repensando meu plano de ação. Cheguei à conclusões brilhantes, e , ao mesmo tempo, imensamente simples. Já era tarde, o sol estava se pondo, quando eu decidi recomeçar a minha vida com os Pokémons. Lembrei que havia uma área onde moravam uma Linoone fêmea com seu filhote Zigzagoon.
Tinha consciência de que ela me atacaria se me achasse suspeito, mas, pela minha experiência anterior, sabia que a mãe evitaria atacar na frente do filho. Infelizmente, pensei que a mãe Pelipper do segundo capítulo também não o faria. Assim, fiz um pequeno acampamento perto deles com o material que tinha e dormi. No quarto dia, acordei mais cedo para coletar alguns alimentos localizados em outros territórios, já que a maioria dos Pokémons estavam dormindo.
Mesmo estando com muita fome, dei o que achei para a mãe e o filhote, assim conquistando a confiança deles. Acompanhei suas rotinas pelo resto do dia e aprendi a viver entre os Pokémons, tendo imposto reconhecimento e respeito em somente dois dias. Quando dei por mim, uma semana havia se passado desde que me perdi na floresta e ninguém me achou.
Atingiram-me, ao mesmo tempo, duas ideias: A primeira era viver entre os Pokémons e livrar-me da vida com os humanos, que não tinham nada a me oferecer, e a segunda, ir repetindo o mesmo processo com as áreas locais até encontrar uma cidade. As duas falhavam. Uma delas porque pisava nos meus objetivos futuros, afinal, se a humanidade não me interessava, era a minha obrigação mostrar meu potencial, explorando o mundo, e fazendo descobertas, e desvendando lendas, e derrotando treinadores fortes. A outra, além de ser lenta, não tinha garantias de sucesso, uma vez que eu podia ficar nesse percurso por meses, ou anos, até encontrar a civilização. Fora que ia dificultar a busca por mim.
Eu poderia seguir a primeira ideia com uma variação: Viver entre os Pokémons até que alguém viesse, mas isso mostraria fraqueza, seria muito patético. Sim, eu era um futuro Mestre Pokémon, recusava-me a parecer comum. Como posso surpreender a todos? De que jeito devo aparecer? Quanto tempo espero? Minha mente fez milhares de perguntas durante a manhã do sétimo dia, e, respondendo a todas com satisfação, formulei o meu plano.
Convenci os Pokémons da floresta a me ajudarem. Formei diferentes times, que fizeram buscas para encontrar cidades. Conforme encontravam indícios humanos, um deles voltava e me informava. Assim, chamava os outros times e íamos todos na mesma direção. Como consegui que fizessem isso? Por favor... o leitor já devia saber que era meu destino ser um mestre Pokémon.
No fim do dia, consegui localizar Littleroot, a sorte estava ao meu lado, era o que eu pensava... Bem, esse pensamento estava correto, pelo menos na época. Depois disso, instrui meus companheiros e fui dormir cedo.