A JORNADA DE ROBIN:

Bloco 4 - O gigante vermelho


Capítulo 12 -
Dez anos

Dez anos, idade na qual me formo e sou autorizado a receber minha licença de treinador! Finalmente!

Capítulo 13 - Dúvida

Retornemos agora ao capítulo três, que foi onde eu parei para descrever minha irmã Melissa e fiz uma pequena retrospectiva. Antes de continuar, no entanto, responderei a uma duvida do leitor:

— Mas por que você vai pegar seu Pokémon com onze anos se já tinha tirado sua licença? — pergunta o leitor, confuso.

— Não sei, nunca consegui me lembrar disto — eu respondo, de forma simples.

Agora o leitor olha para mim, mais confuso do que antes, esperando que eu o responda. Peço-lhe que não espere mais, pois você saberá se continuar lendo.

Capítulo 14 - Onze anos

Tomei um banho rápido e corri o mais rápido que podia até o laboratório, onde, para minha infelicidade, encontrei um bilhete na porta, que dizia: "Caro Robin, você foi o único que ainda não veio pegar sua liçensa, por isso, fui realizar pesquisas de campo. Volto daqui a... semanas..."

À essa altura, o azar estava se tornando parte comum de minha vida, portanto, não deixei este bilhete me atrasar e fui procurar por Birch nos arredores. Voltei para casa, encontrando minha irmã dentro de um círculo, desenhando uma mão em um pedaço de papel.

— Não foi ainda? — perguntou-me, parecendo um tanto irritada

— Daqui a alguns minutos, você estará livre de mim, relaxe — disse eu, enquanto subia as escadas.

Fui até o quarto do meu pai, onde havia alguns equipamentos e roupas adequadas para expedições e explorações, alguns kits de primeiros socorros e utensílios de aventura em geral. Afinal, como ia sair sem Pokémons, eu devia ter mais cautela e mais equipamentos. Antes de ir, no entanto, vi Melissa de ponta-cabeça na sala de estar, recitando um mantra enquanto se apoiava na mesa. Achei melhor não perguntar.

Saí da cidade e avistei um pequeno grupo de Zigzagoons. Aparentemente, eu havia invadido o território deles, mas eu continuava tranquilo, pois meu isqueiro era suficiente para assustar a maioria dos Pokémons pequenos. Assim que eles se afastaram, eu parei para pensar nos lugares onde o professor podia estar e cheguei à conclusão que ele devia estar estudando alguns Pokémons aquáticos em um lago por perto.

Tive poucos problemas com as criaturas da região por ter várias cápsulas contendo utensílios úteis. Se não conseguia espantá-las, podia facilmente escapar ou me esconder e resumir minha busca logo em seguida. E assim, nesse ritmo, consegui avistar o lago pelo meio-dia, onde, para minha decepção, encontrei somente isso: um lago. E nada mais.

Sentei-me à beira do lago, admirando sua beleza e os Pokémons que ali estavam. Não era desta vez que eu me tornaria um treinador e também não queria voltar para casa tão cedo para presenciar outro tipo de ritual, então achei melhor ficar por lá mesmo. Logo encontrei-me cedendo às tentações do sono, vendo tudo ao meu redor escurecer, suavemente, até algo me despertar a mente.

Era uma obra magnífica da natureza, algo único, raro, um verdadeiro espetáculo natural. Enquanto abria meus olhos, ouvia um tremor vindo debaixo d'água. Logo imaginei que tratava-se do meu azar supremo, uma morte trágica, um fim rápido à minha existência, mas era impossível estar mais enganado, pois a fonte do tremor era um Gyarados vermelho de tamanho colossal, que subiu à superfície mostrando suas cores vibrantes e um cardume de Magikarps, esforçando-se para acompanharem a criatura.

Tudo durou um instante, não mais que alguns segundos, mas foi o suficiente para me deixar entusiasmado o suficiente. Logo após o espetáculo, o Gyarados mergulhou no lago e desapareceu, junto com os Magikarps que habitavam nele. Foi embora sem deixar nenhum rastro, simplesmente sumiu, como em um passe de mágica. Decidi ir para a beira do lago, a fim de procurar pelo Pokémon gigante, e encontrei do outro lado, fazendo a mesma coisa, a pessoa procurada por mim: Professor Birch. Nós nos olhamos espantados, com uma expressão similar à de uma criança que acabara de descobrir algo novo, nunca antes visto.

— Olá, Robin! — comprimentou-me, tentando recuperar a compostura.

Continuei atônito, com a imagem do Gyarados ainda em minha cabeça, até que dei um passo errado e acabei caindo no lago, não muito grande ou fundo, mas o desespero fora grande demais na hora para considerar nadar. Debati-me furiosamente, tendo esquecido completamente sobre o equipamento básico de sobrevivência, até que vi algo se aproximando, lentamente. Depois disso, apaguei completamente.