A JORNADA DE ROBIN:
Bloco 6 - Manual de Batalha
Fico feliz por ter chegado até aqui, caro leitor. Já lhe contei sobre a maldição do Absol, o curioso ponto de partida da minha jornada, e o meu encontro com Luna. Não esqueçamos também da minha perca de memória. Mas antes de iniciar a segunda parte da história, gostaria de responder algumas questões levantadas por leitores. A primeira é relacionada à minha maneira imparcial de narrar o texto, que favorece à minha pessoa e desmerece as ações de outras. Gostaria de esclarecer esse ponto: o fato é que — em busca de uma narrativa mais realista, — eu tento realizar minha narração conforme minha maturidade permite. É evidente o fato de eu estar impossibilitado de amadurecer mais, porém meu "eu" da história está constantemente evoluindo e mudando sua forma de agir e pensar.
Também fui criticado por mostrar um Absol surreal e imaginativo, inserido em uma estória fantasiosa e sem evidências que prove sua vericidade. Verdade seja dita, da última vez que verifiquei, isto era um relato de minha jornada, não um testemunho para algum tribunal; é desnecessária qualquer evidência ou testemunha que confirme minha versão. Conto a minha história em forma de palavras o mais detalhadamente possível e sem limitações, o leitor acreditando ou não. Caso confie em mim, eu lhe contarei minha vida, caso não confie, a contarei da mesma maneira.
Agora, antes de continuar a história, comentarei sobre outra reclamação: a estruturação dos capítulos, imprevisível e tratada de forma descuidada. Se em certa ocasião descrevo os acontecimentos com perfeição, em outra, simplesmente dou um título para o capítulo e uso poucas linhas para escrever sobre inutilidades, como se meu propósito fosse simplesmente ocupar mais espaço e dar nomes. Pois fique tranquilo, nunca tratarei o leitor com tal descaso novamente.
Capítulo 19 - Nunca
Jamais!
Capítulo 20 - Primeira batalha
Lembrando vagamente do básico, saquei rapidamente minha pokébola e arremessei-a aos céus. Do raio branco apareceu uma figura pequena e pouco intimidadora. Repentinamente, senti algo vindo de dentro de mim e instintivamente disse:
— Vai, Mudkip!
Ainda estava incerto quanto ao modo de agir, mas talvez meu instinto me ajudasse novamente.
— Luxray! — exclamou Luna, após jogar sua pokébola, — Ataque rápido!
O Pokémon rival, antes próximo à sua treinadora, rapidamente sumiu de vista e reapareceu perto de Mudkip, atingindo-o com uma investida furiosa.
— Mudkip, jato d'água! — disse por impulso.
— Luxray, continue atacando!
Seguindo as ordens, o ágil Pokémon desviava-se facilmente dos jatos e atacava Mudkip por todos os lados, até jogá-lo para longe.
— Peguei um Pokémon forte demais, né? — perguntou a garota, com um sorriso cínico. — Luxray, faísca!
Ao receber a ordem, Luxray foi envolvido por uma aura elétrica e partiu violentamente para cima do atordoado Mudkip, ainda tentando recuperar os sentidos. Com a minha falta de decisão, meu Pokémon começou a correr em círculos, perseguido por Luxray, que não demorou muito para aproximar-se dele. Ao sentir o perigo, Mudkip pulou e escondeu-se atrás de uma pedra pouco antes do perseguidor chocar-se com o obstáculo e ser jogado para trás.
— Jato d'água! — gritei euforicamente, dessa vez, conscientemente.
Luxray foi jogado ainda mais para trás pela água, chegando até sua treinadora. Como faíscas ainda saiam de seu corpo, o ataque pareceu surtir bastante efeito e Luxray machucou-se com a própria eletricidade. Nesse momento, minha mente iluminou-se com um plano, mesmo eu o desconhecendo.
— Mudkip, investida! — foram as palavras saídas de minha boca.
— Cê acha que seu Pokémon pequeno e lerdo assusta? — disse Luna, ainda com um ar de superioridade. — Luxray, ataque rápido!
Os dois combatentes aproximavam-se um do outro, enquanto a garota olhava aflita para a cena. Sem saber direito o porquê, ordenei:
— Mudkip, pare!
Pouco tempo depois, Luxray, ainda se aproximando com toda sua força, alcançou seu adversário e aplicou uma forte investida. No entanto, ao contrário do que imaginava, o ataque arremessou Mudkip apenas alguns centímetros para trás, o que me ajudou a entender meu plano. Aproveitando a guarda aberta do oponente, mandei uma nova ordem para Mudkip, ainda no céu:
— Agora, investida!
Ao chegar no chão, Mudkip aproveitou-se do impulso e atacou Luxray, que foi lançado a metros de distância e caiu no chão.
— Caramba, caramba, caramba! — exclamou Luna, incapaz de esconder o nervosismo. — V-vai, choque do trovão!
Após levantar com muita dificuldade, o cambaleante Pokémon fez alguma força e soltou algumas faíscas, para o desagrado de sua treinadora.
— Eu disse: choque do trovão! — repetiu a nervosa garota.
Gritando furiosamente, Luxray carregou uma poderosa onda elétrica, que feriu a si próprio e causou sua derrota.